Projecto Educativo 2010-2014

Centro Infantil de Sto.Tirso
Projecto Educativo



Ano Lectivo 2010/2014



 
A autonomia da escola concretiza-se na elaboração de um projecto educativo próprio, constituído e executado de forma participada, dentro de princípios de responsabilização dos vários intervenientes na vida escolar e de adequação a características e recursos da escola e às solicitações e apoios da comunidade em que se insere.



Decreto-lei n.º 43/89, de 3 de Fevereiro



ÍNDICE

1.     INTRODUÇÃO                                                                                               3
2.     ENQUADRAMENTO JURÍDICO e INSTITUCIONAL                                4
3.     CONCEPÇÃO DE CRIANÇA E EDUCAÇÃO                                         8
4.     MULTIDISCIPLINARIDADE                                                                       11
5.     CARACTERIZAÇÃO DO CENTRO INFANTIL DE SANTO TIRSO
5.1  HISTORIA                                                                                         15
5.2  ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL DO CENTRO                              17
5.2.1       DISTRIBUIÇÃO DAS CRIANÇAS POR IDADES E POR RESPOSTA SOCIAL                                                                               17
5.2.2       MAPA DE PESSOAL DO CIST                                          18
5.2.3       ACTIVIDADES EXTRA CURRICULARES                             20
5.3  CARACTERIZAÇÃO DOS ESPAÇOS                                        21  
6.     ADMISSÃO DAS CRIANÇAS                                                                 26

8.     DINÂMICA DA EQUIPA EDUCATIVA                                                    29
9.     DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS DO PROJECTO EDUCATIVO         31
10.  INTERVENÇÃO PRECOCE                                                                    37
11.  AVALIAÇÃO DO PROJECTO E PARCERIAS                                    39

ANEXO: PROJECTO PEDAGÓGICO DO ANO LECTIVO 2010/2011    40


1. INTRODUÇÃO


Este Projecto Educativo é fruto da cultura desenvolvida pelo CIST , ao longo da sua existência , influenciando as estratégias a construir em cada ano lectivo, nomeadamente de 2010 a 2014 , ano em que será objecto de reflexão , sofrendo provavelmente alterações, mercê das mudanças ao nível do conhecimento mas também do contexto social , local nacional e europeu. A sua dinâmica surgirá da identificação de eixos ligados entre si , como base de sustentação á natureza do Atendimento das crianças dos 4 meses aos seis anos de idade . 
·                    Concepção de Criança e de Educação
·                    Objectivos Gerais
·                    Principais actividades a desenvolver, com as Famílias e Comunidade
·                    Avaliação do Projecto

Para a concretização deste projecto, tivemos como base a análise das vivências e projectos dos anos anteriores. Pretendemos que este documento seja um instrumento orientador da acção educativa, que sirva para enquadrar projectos mais restritos, que incorpore e mobilize saberes que façam da instituição um pólo educativo de dinamização local. È nossa convicção que o envolvimento de todos na inventariação de soluções partilhando responsabilidades, é o único caminho viável para a criação de uma dinâmica pedagógica rica e saudável, como contexto de desenvolvimento harmonioso das crianças.


2. ENQUADRAMENTO JURIDICO E INSTITUCIONAL

Ø     Quem somos:
O Instituto da Segurança Social, I.P. é uma pessoa colectiva de direito público, dotada de autonomia administrativa, financeira e patrimonial, sob tutela do Ministério do Trabalho e Solidariedade Social( Dec-Lei nº 214/2007, de 29 de Maio .
Para além dos serviços de âmbito Nacional, prossegue os seus objectivos através de serviços territorialmente desconcentrados, os Centros Distritais.
O Centro Distrital do Porto dispõe de 14 Estabelecimentos, sendo o distrito, com maior número a nível nacional.
Os Estabelecimentos são um objectivo do Sistema de Protecção Social de Cidadania (Lei de Bases do Sistema da Segurança Social, nº 4/2007, de 16 de Janeiro), consignados através do sub-sistema de Acção Social, como respostas sociais, no âmbito da Infância, Juventude, Pessoas com Deficiência e Idosos.
Cada um dos Estabelecimentos possui um Director, com competências de gestão, administração e coordenação técnica, dependendo directamente da Directora da Unidade de Desenvolvimento Social, do Centro Distrital do Porto.
O Centro Infantil de Santo Tirso – CIST, é um dos quatro Estabelecimentos na área da Infância, desenvolvendo três respostas sociais, nomeadamente, Creche, Amas e Pré-escolar.

Ø     Que Serviço Público
No que concerne ao trabalho com as Amas, que tem um quadro legal próprio, como resposta social no âmbito do Núcleo de Infância e Juventude , o nosso envolvimento será tornar mais próximo o apoio ás Amas .                                           
Com implicações ao nível da orientação técnica, acompanhamento administrativo, identificação de problemas, selecção dos candidatos a beneficiários do  Apoio das Amas e recepcionar  as candidaturas de pessoas com interesse no exercício de actividade de  Amas .                                                                                                                              
Finalmente, apresentamos ao Núcleo de Infância e Juventude do CDIST Porto propostas de admissão, juntamente com as candidaturas a Amas, desde que se justifique o alargamento do apoio.
Tanto para a Creche, como para o Pré-escolar existem orientações técnico normativas, nomeadamente o Normativo das Creches e os Momentos Chave das Creches, da responsabilidade da Direcção Geral da Acção Social, a Lei de Bases do Sistema Educativo (1986), a Lei de Quadro da Educação Pré-Escolar (1996) as Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (1997). O conteúdo destes textos são o nosso ponto de partida, e também a nossa ancora, revelando-se da maior importância, pelos valores educativos actuais neles referenciados, eivados de  democracia e solidariedade, sendo um contributo para os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos que recorrem a cada uma das respostas sociais, independentemente das entidades que as prossigam.   
Assim, funcionam como uma referência explícita para situarmos a prática e modelo educativo que lhe está subjacente, de acordo com as características das crianças e sua origem.

Normativo das Creches – Direcção Geral da Acção Social. Dezembro 1996

Norma II . Objectivos gerais da Creche:
·         Proporcionar o bem estar e desenvolvimento integral das crianças num clima de segurança afectiva e física, durante o afastamento parcial do seu meio familiar, através de um atendimento individualizado.
·         Colaborar estreitamente com a família numa partilha de cuidados e responsabilidades em todo o processo evolutivo das famílias.
·         Colaborar de forma eficaz no despiste precoce de qualquer inadaptação ou deficiência, assegurando o seu encaminhamento adequado.                         

A Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar estabelece como princípio geral:
A educação pré-escolar é a primeira etapa de educação básica no processo de educação ao longo da vida, sendo complementar da acção educativa da família, com a qual deverá estabelecer estreita relação, favorecendo a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo livre e solidário.
Este princípio fundamenta todo o articulado da lei e dele decorrem os objectivos gerais pedagógicos definidos para a educação pré-escolar

Objectivos gerais
  • Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em experiências de vida democrática numa perspectiva de educação para a cidadania;
  • Fomentar a inserção das crianças em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade das culturas, favorecendo uma progressiva consciência como membro da sociedade;
  • Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso á escola e para o sucesso da aprendizagem;
  • Estimular o desenvolvimento global da criança no respeito pelas suas características individuais, incutindo comportamentos que favoreção aprendizagens significativas e diferenciadas;
  • Desenvolver a expressão e comunicação através de linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo;
  • Despertar a curiosidade e o pensamento critico;
  • Proporcionar á criança ocasiões de bem estar e de segurança, nomeadamente no âmbito da saúde individual e colectiva;
  • Proceder á despistagem de inadaptações, deficiências ou precocidades e promover a melhor orientação e encaminhamento da criança;    
  • Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de efectiva colaboração com a comunidade.

3. CONCEPÇÃO DE CRIANÇA E EDUCAÇÃO


Ø     CONCEPÇAÕ DE CRIANÇA
A concepção social de infância foi-se transformando gradualmente ao longo dos tempos, à medida que foram evoluindo as ciências como a psicologia e a sociologia.
Progressivamente foi-se atribuindo importância jurídica e moral à criança. Estes factores contribuíram para a aprovação dos Direitos da Criança, em 20 de Novembro de 1959, pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
Conscientes que estão, do desafio permanente em tornar motivantes as aprendizagens, os educadores, reconhecem á criança o direito a desenvolver as suas potencialidades de acordo com o ritmo próprio e com o contexto sócio-cultural em que se encontra inserida, na expectativa de serem bem sucedidos na sua acção educativa Neste sentido, acentua-se a “ importância da educação a partir do que as crianças sabem, da sua cultura e saberes próprios, ou seja que se respeitem as características de cada criança. Acreditamos na interligação entre desenvolvimento e aprendizagem, com base na nossa experiência institucional mas também do conhecimento das actuais correntes da psicologia e da sociologia, que consideram que o ser humano se desenvolve em num processo de interacção social.
A acção da equipa pedagógica do Centro Infantil de Santo Tirso assenta no modelo institucional aberto, baseado no facto de que a criança desempenha um papel activo na sua interacção com o meio que, por sua vez lhe deverá fornecer condições favoráveis para que se desenvolva e aprenda. A criança aprende fazendo.                 
  Ela constrói significações  por si própria, porque tem em conta aquilo que já sabe. Reconstrói a partir dos seus conhecimentos prévios novos conhecimentos, aprendendo-os, reajustando-os e assimilando-os. A criança é então construtora activa da sua própria aprendizagem.
Ø     CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO
Um dos primeiros objectivos da equipa do Centro Infantil de Santo Tirso é criar um ambiente agradável e familiar, onde as crianças, educadores e famílias se sintam bem. A organização do espaço físico, assim como todo o trabalho realizado resulta de um trabalho de cooperação e colaboração onde todos os intervenientes no processo educativo procuram partilhar, cooperar e complementar tarefas e esforços. A escola surge então como um lugar onde é possível partilhar vidas e estabelecer múltiplas relações entre muitas crianças e adultos (Malaguzzi,1993).
Perfilhamos um modelo onde o ouvir e o falar são privilegiados, onde as crianças são incentivadas a levantar questões, a procurar respostas, a onde lhes são proporcionadas múltiplas oportunidades de fazer escolhas, tomar decisões e resolver os problemas com que se vão deparando.
As crianças são encorajadas a explorar o ambiente e a expressarem-se usando diversas formas de linguagem ou modos de expressão, incluindo palavras, movimento, desenho, pintura, modelagem, colagem, jogo dramático e música. As actividades realizadas pelas crianças incluem: saber observar, saber colocar questões aos pares, aos adultos, a pessoas especializadas em diferentes temas, em visitas de estudo, etc.
Tentamos que o papel do Educador no CIST se caracterize por um estar presente, sem ser intruso, apoiando as dinâmicas cognitivas e sociais que ocorrem a cada momento. Enquanto promotor da aprendizagem cognitiva, social, física e afectiva, cabe ao educador organizar um ambiente rico e estimulante em materiais e equipamentos, que proporcione às crianças uma diversidade de experiências que vão de encontro às necessidades e interesses individuais e do grupo de pares.
Sem fornecer soluções, o educador ajuda a criança a centrar-se num problema específico ou dificuldade, ajudando-a a levantar hipóteses e a encontrar soluções. O seu papel é de facilitador, estimulando, encorajando, cooperando com as crianças.


De acordo com Rogoff e Gilbrid (1984) “ o parceiro mais experiente incentiva a criança a resolver determinado problema colocando andaimes que permitam à criança estender as suas competências e conhecimentos a níveis mais elevados de competência. O uso de um currículo emergente leva a constantes mudanças e tomadas de decisão.
Esta atitude de constante reflexão sobre a prática pedagógica e estratégias utilizadas pela criança em situações de aprendizagem exige do educador um trabalho sistemático de pesquisa e investigação.
É convicção desta equipa que o envolvimento e a participação parental nas dinâmicas do CIST é absolutamente essencial para o desenvolvimento harmonioso das crianças e para o enriquecimento da própria Instituição.
“A relação com a Família é condição necessária à realização dos objectivos Educativos e deve ser organizada de uma forma sistemática e numa perspectiva informativa e formativa, dentro do âmbito de complementaridade conjugada”.

4. MULTIDISCIPLINARIDADE

A multiplicidade do trabalho realizado, do dia a dia, tem uma dimensão global, ou seja contribuir para uma comunidade satisfeita. A experiência, sensibilidade e conhecimentos de cada colaborador, geradora de um bem comum, expressa-se através de uma meta linguagem institucional, perceptível, na Missão, Visão e Valores professados por todos. Assim importa antes de mais esclarecer:

MISSÃO: Promover uma educação activa e de excelência tendo em vista o desenvolvimento integral das crianças, envolvendo as famílias e os Educadores num projecto comum, de cidadania plena.
Visão: * Todos diferentes
Para nós cada criança conta, tem iguais oportunidades e faz parte de nós.
Valores: Partilha da equipa pedagógica com os pais. Responsabilidade. Solidariedade. Protecção. Diferenciação e Justiça Social.

Na recta final de um ano lectivo, tomam-se as primeiras iniciativas relativamente á preparação do novo ano lectivo, no entanto os dois primeiros dias úteis do novo ano lectivo, tornam-se cruciais para a formulação de novas ideias, e definição do tema do projecto pedagógico para o ano lectivo prestes a iniciar. Assim, as equipas definem entre si, as regras de funcionamento, a escolha de materiais, a organização do espaço da sala, preparando o contexto educativo interior e exterior para a recepção das crianças no primeiro dia (3º dia útil de Setembro) de actividades, com espírito lúdico e festivo.
Após os primeiros dois dias de actividade, inicia-se a recepção às crianças novas, que pela primeira vez irão frequentar o CIST.

Início do P.A.I. – programa de acolhimento inicial. Cada Educadora receberá um a um, as novas crianças bem como o Encarregado de Educação, elaborando com este uma ficha de diagnóstico/anamnese, estando disponível para satisfazer outras questões, que o responsável pela criança julgue necessárias. Após um período de adaptação, os Pais são chamados a uma nova entrevista com a Educadora, onde serão confrontados com a ficha de avaliação/ diagnóstico, fica assim concluído o P.A.I. A ficha avaliação/ diagnóstico aplica-se também ás crianças que transitam do ano lectivo anterior. Passado um período de adaptação, a Educadora convoca os Pais para uma reunião individual ou em grupo, e juntos reflectirem sobre as necessidades e potencialidades do educando, após o que será elaborado o P.D.I .(Plano de Desenvolvimento Individual). Para todas as crianças da Instituição.
Com o início das reuniões de coordenação pedagógica, Docentes e Director vão definindo os sub - projectos para o novo ano lectivo a par da reflexão do tema do novo projecto pedagógico, proposto pela Educadora da Sala dos 5 anos. Pós elaboração do projecto pedagógico, as Educadoras efectuam o Plano Curricular para o seu grupo de crianças, distribuídas por idades, desde o berçário, até aos cinco anos.
As Educadoras do pré-escolar, ao elaborarem o programa curricular, estabelecem metas e objectivos de aprendizagem, por cada área de conteúdo: Conhecimento do Mundo/Formação Pessoal e Social/Matemática/Expressões Linguagem Oral e Abordagem á Escrita/Tecnologias de Informação e Comunicação.                                                                                                            
Nesta fase é importante o envolvimento, de toda a equipa, para que todas as Colaboradoras possam perceber o seu papel e partilhar responsabilidades aos vários níveis: Trabalho de Equipa/ Relação com as Crianças /Atendimento aos Pais.
As Equipas reúnem com os Pais, no final do primeiro mês de actividade informando-o sobre: Funcionamento da Sala /Interacção/ Programa de Actividades.                                                                                                           
No inicio do mês de Outubro, começam as actividades extracurriculares: Actividades em Meio Aquático, Educação Física, Expressão Musical, Inglês, TIC.
Durante o mês de Outubro elaboram-se os sub - projectos a desenvolver durante o ano lectivo em curso. Cada um dos projectos tem uma Educadora responsável, podendo atribuir-se essa responsabilidade a umas das Educadoras, conforme as circunstâncias.         
O Director efectua a Reunião Geral de Pais, para abertura formal do Ano Lectivo. A data é combinada com a Associação de Pais – APECIST, que para mesmo dia convoca a Assembleia Geral para a aprovação do Relatório Anual de Actividades e  Contas, elegendo a  Direcção e restantes Corpos Sociais para o novo Ano Lectivo , com mandato por um ano,  de acordo com os estatutos.
Para além do envolvimento, das crianças, pais, colaboradores do CIST e APECIST, são estabelecidas parcerias com outros organismos, de acordo com a dimensão dos projectos, sobretudo, se têm maior impacto na comunidade. Independentemente do projecto pedagógico do ano lectivo, são parceiros permanentes:
·           Câmara Municipal de Santo Tirso,
·           Junta de Freguesia de Santo Tirso
·           Centro de Saúde Santo Tirso
·           Agrupamento de Escolas de Santo Tirso
              -Equipa da Intervenção Precoce
·           Cruz Vermelha de ST. Tirso
              -Técnicos de Reabilitação. 

A colaboração destas Entidades, é essencial ao longo do ano lectivo a decorrer destes quatro anos, acentuaremos as relações com: a PSP de ST. Tirso - Escola Segura, Bombeiros Tirsenses (Amarelos), Bombeiros Voluntários de ST. Tirso (Vermelhos).
Á medida que o Projecto Pedagógico se desenvolve são estabelecidas parcerias pontuais com outras entidades públicas e privadas que complementem os recursos e saberes necessários, procurando criar impacto na comunidade, como benefício partilhado.
A Associação de Pais, participa e responsabiliza todos os elementos da Direcção pelos diferentes projectos de forma distribuída consoante o perfil profissional e de sensibilidades pessoais . Também contribui para uma maior dimensão de meios e contactos enriquecendo as actividades com sugestões e através  da mobilização voluntária dos pais nas actividades que envolvam toda a comunidade educativa do CIST.


5. CARATERIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

5.1 História

Pouco tempo, antes do 25 de Abril de 1974, o Instituto de Obras Sociais, procede á aquisição de duas casas geminadas, sitas na Rua Comendador António Maria Lopes, nº2, pertencentes á família Andrade.

Esta medida poderá, ter sido intencional no sentido da criação de um Infantário, sobretudo para as crianças a partir dos três anos de idade e até á escola primária. Possivelmente na sequência lógica do apoio que as creches prestavam, nas instalações sociais das grandes fábricas, cujas crianças frequentavam até aos três anos de idade.

Dois anos depois, não se vislumbrava, qualquer finalidade, mantendo-se a propriedade tão vazia como o fora antes.
No ano de 1974 e após o 25 de Abril, a Associação Católica de Protecção aos Pobres aproveitando-se deste facto, ocupou-a sem autorização ou aviso prévio.
Esta Associação para além de atender crianças em internato geria um Jardim de Infância e Actividades de Tempos Livres, de cujas instalações na Rua Ferreira de Lemos, eram absolutamente precárias. Após um período algo convulsivo, é nomeada uma Comissão Administrativa, numa base de representação tripartida, da Associação, da Previdência e da Câmara Municipal de S. Tirso. Acabava-se com o regime de internato, fazendo regressar uma grande parte das crianças às suas famílias. Outras, porém seriam internadas em instituições, para esse fim.
Em 1977, é criada oficialmente o Jardim de Infância, sob a tutela do I.O.S., cuja lotação seria de 60 crianças a partir dos dois anos e meio de idade. Nascia o Centro Infantil de Santo Tirso. Como instituição oficial, passou a ter uma Direcção própria, embora continuasse a partilhar as instalações com a Associação que dirigia o A.T.L.
Em 1979, com a regionalização da Segurança Social, o C.I.S.T. passará para a tutela do Centro Distrital do Porto da Segurança Social
No ano de 1980, as instalações são encerradas, com a finalidade de efectuar obras de remodelação. O A.T.L., regressa definitivamente á Rua Ferreira de Lemos, após obras de melhoramentos. Na altura a Direcção do C.I. de S. Tirso, propõe a solução temporária, de funcionamento nas instalações sociais da Fábrica do Arco, sita na mesma Rua. A Segurança Social concorda com a proposta. A Fábrica do Arco cede as instalações.
No início do Ano Lectivo 82/83, concluídas as obras, o Jardim de Infância regressa á Casa do Arco, cujas instalações recebem em definitivo um só inquilino, o Centro Infantil de Santo Tirso, por coincidência é com esta remodelação que as duas casas, serão transformadas num único edifício. Neste reinício, é criada a creche.    
Até hoje, esta estrutura manteve-se inalterável, á excepção da construção de um polivalente, que acaba de ser concluído, neste ano de 2001 e que se insere numa perspectiva de melhoria da qualidade do atendimento às crianças. Tornando possível um serviço de refeitório mais adequado e melhores condições para a realização de actividades colectivas,
com o envolvimento de todas as crianças e dos profissionais, mas também dos pais e de intercâmbios com outras instituições.
       Por inerência das mudanças na Segurança Social, foi tutelado nos anos noventa pelo Serviço Sub-Regional do Porto do Centro Regional de Segurança Social do Norte. A partir de Janeiro de 2001, pertence ao Centro Distrital de Solidariedade do Porto, do Instituto de Solidariedade e da Segurança Social.
Como apoio social o Centro Infantil de S. Tirso, é parte da estratégia da Acção Social, visando através de uma resposta socioeducativa, apoiar as crianças e famílias de contextos mais vulneráveis.
Os nossos agradecimentos a todos quantos fizeram deste Centro, com os mais diversos papeis, a instituição de que tanto nos orgulhamos, registando no seu curriculum a educação e o bem-estar de tantas crianças que torna este Centro tão pequeno, ante a expectativa de todos quanto continuam a acreditar, e pugnam pela sua existência. 

 
5.2 ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL DO CENTRO

O Centro Infantil de Santo Tirso, funciona de segunda a sexta-feira das 7,30 às 18,30 horas nos termos:
Ø     Horário pedagógico - das 9h00 às 16h30
Ø     Horário de Apoio á Família – das 7h30 às 9h00 e das 16h30 às 18h30
É da responsabilidade do CIST o apoio às Amas do Concelho de ST. Tirso. Funcionam de segunda a sexta-feira cujo horário é acordado entre a família e a Ama, a partir das 7h30 até às 19h00 horas, no máximo.

5.2.1 Distribuição das Crianças por idades e por resposta social:
·        Amas
Freguesia de ST. Tirso: 2 Amas _________________ 8 Crianças
Freguesia de S. Tomé de Negrelos: 2 Amas _______ 8 Crianças
                 
·        Creche*
Sala dos Bébés____________________________   8  crianças
Sala de Um ano____________________________15  crianças
Sala dos dois anos__________________________17 crianças

*Ao consultarmos o projecto pedagógico, constatamos que o nº de crianças excede as quantidades referidas, mercê da extrema falta de resposta local. Assim durante a vigência do Projecto Educativo esperamos rectificar estes valores progressivamente, a par da expectativa que temos em que possam surgir novos apoios.

·        Pré-escolar
Sala dos três anos ___________ 25 crianças
Sala dos quatro anos _________ 25 crianças
Sala dos cinco anos __________ 25 crianças
 As crianças com necessidades educativas especiais, beneficiando do apoio extra de uma Educadora de Infância da Equipa da Intervenção Precoce, do Agrupamento de Escolas de Santo Tirso.

5.2.2 Mapa de Pessoal do CIST

ü      1 Director
ü      8 Educadoras de Infância
ü      23 Assistentes Operacionais:
o       15 no apoio directo ás crianças
o       8 no apoio geral e diversificado


        Sector Pedagógico
        Distribuição por Sala e Áreas

o                     Creche
          Sala dos Bebes
·        1 Educadora de Infância
·        2 Assistentes operacionais
          Sala de 1 Ano
·         1 Educadora de Infância
·         3 Assistentes Operacionais
     Sala dos 2 Anos
·        1 Educadora de Infância
·        3 Assistentes Operacionais

o                     Pré-escolar
          Sala dos 3 Anos
·       1 Educadora de Infância
·       2 Assistentes Operacionais
          Sala dos 4 Anos
·       1 Educadora de Infância
·       2 Assistentes Operacionais
          Sala dos 5 Anos
·      1 Educadora de Infância
·       3 Assistentes Operacionais *

*Um  destes elementos  está disponível para o apoio ás outras Salas.


o                     Outras Áreas Educativas
          Área de Projectos
·         1 Educadora de Infância
          Apoio ás Amas e á Coordenação Pedagógica
·         1 Educadora de Infância
          Intervenção Precoce
·         1 Educadora de Infância, a tempo inteiro ou parcial. Para apoio ás crianças com N.E.E.

Complementam a acção do CIST, os trabalhos nas áreas da Alimentação, Limpeza e Desinfestação, através de contratos celebrados entre o I.S.S.I.P. e três Empresas de prestação de serviços, que prosseguem os esses fins.

5.2.3 Actividades Extra-curriculares

Estas actividades, surgem na ideia de um maior enriquecimento curricular das crianças, numa fase do despertar de aptidões e assim aumentar as suas competências. Os Professores são da área especifica, á excepção das Tecnologias da Informação e Comunicação, sendo esta actividade desenvolvida pela Educadora da área de Projectos. A Educadora da Sala articula-se com os Professores, no que respeita aos conteúdos e sua planificação .
A Associação de Pais, viabiliza, no plano formal o desenvolvimento das actividades, incluindo o seu pagamento e recebimento dos pais. Contribui para a aquisição de material para a Educação Física, cuja actividade não representa encargos para os encarregados de educação, mercê do Protocolo existente com a Junta de Freguesia de Santo Tirso. As demais actividades representam encargos mensais para os pais.    

           Música ____ crianças das salas de 1 aos 5 anos, uma vez/semana.
Inglês ____ crianças dos 3 aos 5 anos, uma vez/semana.
Edc. Física ____ crianças dos 3 aos 5 anos, uma vez por semana.
Activ. Meio Aquático ____ crianças dos 3 aos 5 anos. Realiza-se no Ginásio Clube de Santo Tirso.
Colónia Balnear Aberta ____ crianças dos 3 aos 5 anos, por um período de 9  dias úteis, no mês de Julho em ambiente de praia.
Visitas de Estudo ____ Para as crianças do pré-escolar são realizadas uma vez por mês, e programadas pela Educadora da Sala.
TIC(s) ____ crianças dos 3 aos 5 anos , uma vez /semana

Todas as crianças participam nestas actividades. Nos casos em que se verifique dificuldades extremas, por parte das famílias, encontra-se uma situação de compromisso, de forma a não prejudicar a participação da criança.

5.3 CARACTERIZAÇÃO DOS ESPAÇOS

O edifício do Centro Infantil de Santo Tirso, é constituído por dois pisos e um sótão, que serve para guardar os diversos materiais utilizados na realização das actividades, e também os trabalhos que, após a sua utilização serão guardados para serem usados mais tarde, de forma a evitar o desperdício de meios e horas de trabalho. 

Piso superior

Acolhe a Creche, tem uma entrada própria com cobertura.


A porta de acesso permanece fechada, sendo que o Atendimento é feito por uma funcionária, após accionada a campainha, no exterior. Á entrada um pequeno hall exibe um quadro de informações para os pais. Segue-se um corredor espaçoso e airoso cuja porta á direita dará acesso ao gabinete do director. Continuando no corredor, acede-se á área da creche, cujo espaço está dividido, com as seguintes finalidades:

     

o    3 Salas de Actividades                                                                                           

Neste local são realizadas as actividades com as crianças no dia a dia, servindo também para o sono, após a hora de almoço.                                                                                          

§         Sala dos Bébés

§         Sala de Um ano

§         Sala dos Dois anos.

    

o    2 Refeitórios

            Enquanto que os bebés, realizam as refeições na sala de actividades, as crianças de um e dois anos usam os refeitórios. Fora do horário das refeições poderão ter outras finalidades, sendo que um deles serve de recepção ás crianças e seus acompanhantes. É também recreio de inverno.

o    1 Copa

Neste local são preparadas as papas, desinfectam-se os biberons e as chupetas. Dispondo de uma banca de lavagem de louças, um microondas para aquecimento de água e leite e um frigorifico.

o    2 Sanitários

Um de serviço para ao pessoal, outro utilizado pelas crianças, com vários equipamentos sanitários e de higiene e ainda uma banca adaptada para muda de fraldas.

o    1 Secretaria

Onde se realiza todo o trabalho de secretariado á Direcção. Recebimento das mensalidades e atendimento aos pais, para assuntos de administração. 

o    Gabinete do Director

Onde se realiza todo o trabalho de gestão e coordenação pedagógica, para alem do Atendimento a pais e a realização de reuniões. 


Piso Inferior

Este piso, acolhe o Pré-escolar, tem uma entrada própria e directa para o hall espaçoso e airoso. A porta de entrada permanece aberta uma vez que após aceder ao hall, os pais e público em geral, deparam com uma porta de acesso á área do pré-escolar, que permanece fechada pois só é permitida a entrada das crianças. O acesso é permitido aos pais com filhos em creche e pré-escolar, podendo circular internamente entre pisos. Em todas as outras situações os pais só poderão entrar em circunstâncias especiais, autorizadas pelo Director.


o    3 Salas de Actividades

Nestes espaços são realizadas as actividades com as crianças no dia a dia. Na hora do sono, após a hora de almoço, estas salas são preparadas, para essa finalidade.

§         Sala dos Três anos,

§         Sala dos 4 anos  

§         Sala dos 5 anos

o    Sala de Recursos

Este espaço é utilizado com várias finalidades               

§         Biblioteca

§         Actividades extracurriculares;                                                              

§         Iniciação às tecnologias de informação e comunicação;

§          Apoio individualizado às crianças;

§         Trabalho de programação das educadoras;



o    1 Refeitório

Neste espaço amplo e airoso, as crianças e os adultos efectuam, em momentos diferentes, as refeições. É também utilizado para a realização das festas no CIST, sobretudo quando o estado do tempo aconselha.  Atendendo á sua dimensão é o único espaço onde é possível realizar as sessões de Educação Física, para além de formação e reuniões.

o    1 Cozinha e dispensa

Área com acesso directo do exterior. Onde se armazena, prepara e confecciona os alimentos, para a alimentação das crianças e dos adultos.

o    2 sanitários

Um de serviço, para o pessoal, outro para as crianças, com vários equipamentos sanitários e de higiene e três duches, utilizados no período da actividade balnear.


Áreas exteriores

Creche – Uma área relvada e outra com piso sintético, para quedas

Diverso mobiliário de exterior infantil, zonas de sombra (dispõe de um tolde e arborizada)

Pré-escolar – Dois relvados, ambos arborizados, campo de minigolfe, mobiliário de lazer nos relvados (escorregas, baloiços, cavalinhos, etc.) existem também áreas ajardinadas e para utilização automóvel,

Existem também áreas ajardinadas e para utilização automóvel.

Cada valência tem uma entrada própria no edifício, podendo os Pais utilizar ambos os portões de acesso. Os portões são automáticos, permanecendo encerrados, entre as 9,30 e as 16,30 horas.

Existe uma área de serviços de apoio, composta por um conjunto de 3 anexos: Lavandaria, Oficina e Arrecadação.

 



6. ADMISSÃO DAS CRIANÇAS

As candidaturas são propostas durante o mês de Maio, todos os anos. Todos os pais ou encarregados de educação podem  solicitar a ficha de inscrição para candidatar a sua criança a uma vaga na creche ou no pré-escolar, conforme preenchem o requisito de idade.
São candidatas á creche as crianças de quatro meses aos dois anos e ao pré-escolar sa crianças dos três aos 5 anos.
No período de um mês, por isso durante o mês de Junho, são efectuadas as comunicações, por escrito, sobre se a criança foi ou não admitida.
Do regulamento interno de cada uma das respostas sociais, constam os critérios de admissão. Caso o nº de inscrições seja superior ao nº de vagas, haverá lugar ao processo de selecção, sendo que uma parte das crianças não admitidas constará da lista de suplentes.
Os Pais das Crianças admitidas, são convocados para uma reunião com o Director do Centro. A reunião, realiza-se no mês de Julho do mesmo ano em que irão frequentar pela primeira vez, a partir do mês de Setembro. Tem por objectivo principal dar a conhecer a instituição, mas também á assinatura do contracto, ficando a partir dessa data formalizada a admissão, no ano lectivo imediato.
A partir de Setembro será iniciado o P.A.I. ( Programa de Acolhimento Individual.

7. ASSOCIAÇÃO DE PAIS

Sabemos hoje que não é possível construir a qualidade das Instituições sem efectiva proximidade dos Pais.

Estes, de acordo com o Dec/Lei nº 372/90 de 27 de Novembro devem organizar-se como Associação de Pais como interlocutores de todos os Encarregados de Educação, no diálogo com as Direcções dos Estabelecimentos e Escolas. Este mesmo diploma define os fins a que se destinam as Associações de Pais, visando a defesa e a promoção dos interesses dos seus associados em tudo quanto respeita á educação e ensino dos seus filhos. O artº 9º refere-se aos direitos das associação de pais, nas alíneas de a) a h) , expressando o seu papel , em tudo o que diga respeito aos Estabelecimentos de Ensino.

 Neste sentido a Associação de Pais do Centro Infantil de Santo Tirso inicia-se com uma reunião, no CIST a 22 de Maio de 1998, pelas 17,30h, promovida por um grupo de pais intitulando-se como Comissão Instaladora da Associação de Pais do Centro Infantil de ST. Tirso. Nessa reunião é apresentada uma proposta de estatutos. A 14 de Fevereiro de 2002 a A.P. recebe uma autorização por escrito da Directora Adjunta do então Centro Distrital da Segurança Social do Porto, para a utilização do nome Centro Infantil de St. Tirso. Os estatutos são publicados, no Diário da Républica.   
 A partir da sua constituição e independentemente da mudança todos os anos de gerência, conforme os estatutos, tem mantido uma colaboração permanente com a Direcção e Equipa Educativa do CIST.                  


Participando na concepção e concretização das actividades colectivas, mas também tornando possíveis as actividades extracurriculares, mobilizando recursos próprios, ou resultantes da sua actividade.                                                                                  
Após definido o projecto pedagógico, pela equipa educativa do CIST a Associação de Pais, toma conhecimento e procede á distribuição e responsabilização dos vários elementos que compõem a Direcção pelos subprojectos para o ano lectivo em curso e que corresponderá ao período do seu mandato. A partir desse acto a Direcção da A.P. acompanhará o desenvolvimento das diferentes acções no âmbito dos subprojectos.            
A terminar o ano lectivo realiza-se uma Expo-Animação, aberta á comunidade cuja organização resulta do trabalho conjunto entre as duas direcções,  com grande colaboração e participação dos pais e outros familiares das crianças. A Direcção da A.P. é eleita no início de cada ano lectivo, pelo mandato de um ano, podendo aceder aos corpos sociais, os pais que se queiram candidatar.

8. DINÂMICA DA EQUIPA EDUCATIVA

No Centro Infantil de Santo Tirso, a equipa é composta por diversos elementos, tais como: Director, Educadoras de Infância e Assistentes Operacionais.
De referir, que todas as salas têm uma Educadora de Infância que conta com a colaboração de dois a três elementos da equipa educativa, da carreira das Assistentes Operacionais, ex-carreira das Ajud-Apoio sócio-educativo., com larga experiência no apoio directo ás crianças. As outras tarefas, necessárias ao bom funcionamento do Estabelecimento são realizadas por um grupo de Assistentes Operacionais, ex serviços gerais, que também prestam serviço de apoio directo às crianças, desde que necessário para colmatar falhas temporárias. 

Reuniões
·        Pais (Geral c/ Director, C/ Equipa Pedagógica e APECIST)
·        Coordenação pedagógica (Director com as Docentes)
·        Conselho Técnico (Director e Adj. do Director com um representante de cada Sector e por Resposta Social).
·        De Sala p/ Equipa pedagógica (Educadora e Assist. Operac. da Equipa).
·        De Técnicos ( com técnicos de outras instituições).  


Contacto Individuais com Pais
Sempre que os Pais queiram trocar impressões com a Educadora da Sala do seu filho, deverão comunicar previamente, solicitando uma entrevista, dentro dos horários e dias estipulados:
De 2ª a 5ª feira – das 14h00 às 15h00
De 2ª a 5ª feira – das 16h00 às 18h00, num dia da semana.

Pretendemos que exista uma grande cooperação e colaboração entre os diversos elementos da equipa educativa, promovendo a cooperação, o respeito pelo saber e pela experiência de cada um.
Sempre que a actividade se proporcione, os Pais são solicitados a envolver-se nas dinâmicas.

9. DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS DO PROJECTO EDUCATIVO CRECHE E PRÉ-ESCOLAR

ENQUADRAMENTO TÉCNICO DA RESPOSTA SOCIAL CRECHE
 A Creche constitui uma das primeiras experiências da criança num sistema organizado, exterior ao seu círculo familiar, onde irá ser integrada e no qual se pretende que venha a desenvolver determinadas competências e capacidades.
Os diferentes motivos inerentes à sociedade actual, a família já não consegue realizar sozinha a tarefa de educar uma criança, como tradicionalmente acontecia. Numa sociedade, onde cada vez é maior o número em que ambos os pais trabalham a tempo inteiro, a efectiva partilha das tarefas do universo público e privado convida a que mulheres e homens dividam responsabilidades em matéria de educação dos filhos, competindo ainda, ao Estado e à sociedade civil proporcionar apoio e suporte às famílias.
Esta preocupação crescente com os primeiros anos de vida da criança e com a qualidade dos contextos em que esta é enquadrada, é algo que está patente nas diferentes sociedades em geral devido, essencialmente, ao reconhecimento da importância desta fase do desenvolvimento da criança enquanto indivíduo, para além do apoio ás famílias.
Todas as crianças possuem o seu próprio padrão de desenvolvimento. Apesar de diferentes investigações terem identificado “normas” de desenvolvimento, bebés e crianças muito pequenas necessitam que lhes seja dado espaço, tempo e apoio que lhes permita realizar o seu próprio desenvolvimento.
Todas as crianças são diferentes e utilizam um conjunto de capacidades para investigar e apropriar-se do mundo que a rodeia, para comunicar com os outros, para se ajustar às diferentes pessoas com as quais vai estabelecendo inter-relações. É no decurso dos 3 primeiros anos que uma criança vai aprendo as principais regras de relacionamento com os outros, a andar a falar e a resolver problemas. É então num contexto relacional que o desenvolvimento das crianças muito pequenas ocorre.
Desta forma, importa que este novo contexto de desenvolvimento se caracterize por um ambiente acolhedor e dinamizador de aprendizagens, onde a criança se possa desenvolver de forma global, adequada e harmoniosa. Para que este desenvolvimento ocorra, é importante que estas crianças se encontrem num local onde possam ser amadas e sentir-se seguras, tenham oportunidades para brincar, desenvolver-se e aprender.
Só desta forma é que lhes será possível desenvolver a sua auto-estima, autoconfiança e capacidade de se tornar independente face aos desafios futuros com que irá sendo confrontada ao longo do seu desenvolvimento.
As actividades executadas na creche visam alcançar determinados objectivos, de acordo com o grupo etário. As Educadoras de cada sala permitem e incentivam que as crianças aproveitem as oportunidades de vivenciar cada etapa do seu desenvolvimento.
Cada idade tem suas próprias características, a sua própria fase de desenvolvimento e a sua maneira de ser e de se comportar. Mesmo dos 4 aos 36meses, assistimos a etapas bem diferentes no desenvolvimento de cada criança.
Muitas das actividades propostas na creche levam a criança a explorar a sua própria criatividade, principalmente nas expressões plásticas que estimulam a forma de comunicar e de se exprimir. É dado espaço físico e emocional à espontaneidade e à imaginação da criança.
As actividades de cada sala são propostas de uma forma motivadora e interessante, podendo utilizar-se o jogo como estratégia para a execução de diferentes tipos de trabalhos.
As actividades que visam o desenvolvimento Psico-motor são muito valorizadas. É a motricidade que leva ao desenvolvimento do cérebro e é de extrema importância porque qualquer anomalia a este nível compromete o desenvolvimento cognitivo e da linguagem.


Objectivos do processo de desenvolvimento e aprendizagem bem definidos:

·      Identificar as necessidades das crianças;
·      Fomentar o desenvolvimento global da criança, proporcionando instalações e materiais adequados e pessoal responsável;
·      Estimular o desenvolvimento motor, sensorial,cognitivo, social e da linguagem;
·      Proporcionar a aquisição de hábitos de higiene, alimentação, sono e de relacionamento com o outro;
·      Encorajar a prática de actividades lúdicas e didácticas;
·      Incentivar a criança à experimentação, às vivências de situações que lhes permitam alcançar os objectivos definidos em cada ocasião:
·      Valorizar os livros e a música. O mundo das imagens e sons é o mundo da linguagem.
·      Estimular e manter um ambiente acolhedor e seguro;
·      Sensibilizar toda a equipa para a política dos 3R”s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar);
·      Integrar a Educação Ambiental como centro das intenções educativas;
·      Estimular a equipa a agir de acordo com os seguintes valores: Solidariedade, cooperação, autoridade (segurança e firmeza de actuação), tolerância, respeito pela diversidade e por pontos de vista diferentes, a participação, a autonomia, o pensamento crítico e a responsabilidade.
·      Promover com as famílias posturas adequadas para melhor atendimento e desenvolvimento das crianças.

ENQUADRAMENTO TÉCNICO DA RESPOSTA SOCIAL DO PRÉ-ESCOLAR

     Objectivos gerais: (art.5 Lei de Bases do Sistema Educativo)
·      Estimular as capacidades de cada criança e favorecer a sua formação e o desenvolvimento equilibrado de todas as suas capacidades;
·      Contribuir para a estabilidade e segurança afectiva da criança;
·      Favorecer a observação e a compreensão do meio natural e humano para melhor integração e participação da criança;
·      Desenvolver a formação moral da criança e o sentido da responsabilidade associado ao da liberdade;
·      Fomentar a integração da criança em grupos sociais diversos Complementares da família, tendo em vista o desenvolvimento da sociabilidade;
·      Desenvolver as capacidades de expressão e comunicação da criança, assim como a imaginação criativa, e estimular a actividade lúdica;
·      Incutir hábitos de higiene e de defesa da saúde pessoal e colectiva;
·      Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências ou precocidades e promover a melhor orientação e encaminhamento da criança;
·      Educar cidadãos cooperantes na solução dos inúmeros problemas ambientais que afectam a sociedade actual.
          Tendo como referência os objectivos gerais para a educação pré-escolar enunciados na Lei de Bases do Sistema Educativo:

          Metas de Aprendizagem
          Objectivos do processo de Desenvolvimento e de Aprendizagem bem definidos
·      Promover o desenvolvimento das capacidades das crianças nos diferentes domínios: cognitivo, sócio-afectivo e motor;
·      Promover momentos de integração em diferentes grupos sociais;
·      Incentivar a cooperação, a partilha e o respeito pelo outro;
·      Fomentar a capacidade de expressão verbal e não verbal;
·      Contribuir para a despistagem de handicaps físicos, psicológicos, promovendo o encaminhamento da criança; Favorecer o desenvolvimento da imaginação e da criatividade;
·      Favorecer a aquisição de hábitos de higiene e saúde;
·      Promover o conhecimento do meio envolvente;
·      Promover a apreciação e o respeito pela natureza.

     Relação com as Famílias
          Proporcionar o envolvimento dos Pais nas acções educativas do Centro Infantil, levando-as ao conhecimento e participação destas, estabelecendo uma troca de saberes em função do desenvolvimento integral da criança;
          Fomentar a troca de saberes entre os pais e os educadores nas diferentes etapas do desenvolvimento das crianças; Criar um clima de confiança mútuo entre as famílias e a equipa;                                                                                                                                   
          Criar formação para Pais, onde estes possam coloquem questões para lhes “facilitar” e “orientar” como Pais (Escola de Pais);
          Procura que exista uma unanimidade de critérios e atitudes no que diz respeito às orientações, normas e regras a seguir com as crianças; Colaborar nas iniciativas da Associação de Pais;

     Relação com a Comunidade
          Fomentar o desenvolvimento de acções que Proporcionar vivências entre diferentes realidades educativas, aproveitando os diferentes recursos existentes na comunidade; sensibilizem a comunidade em geral para um melhor conhecimento da Educação Pré-escolar como primeira etapa da educação básica: a função educativa e o apoio social às famílias;
          Promover acções inovadoras com outros estabelecimentos congéneres procurando estabelecer uma ligação com outros níveis de ensino, nomeadamente, com o 1º Ciclo.
          Participar em actividades promovidas por outras instituições, e colaborar com os organismos públicos que desenvolvam iniciativas para a infância, que possam enquadra-se no projecto pedagógico em curso.

          SERVIÇO DE AMAS
          Objectivos:
·      Providenciar a admissão das crianças para as amas;
·      Apoiar tecnicamente a actividade das amas, através de visitas domiciliárias tendo especial atenção as condições de vida e de higiene das crianças bem como o acompanhamento do seu desenvolvimento;
·      Promover a actualização dos conhecimentos das Amas através de formação em exercício e acções de formação complementares, nomeadamente quanto ao desenvolvimento da criança sugerindo os métodos e as estratégias de actuação mais ajustadas a cada criança e a cada família;
·      Promover reuniões relativas à alimentação das crianças, repouso, actividades lúdicas, saúde e prevenção de acidentes, bem como outros elementos de apoio à actividade das Amas;
·      Reflectir sobre a rentabilidade educativa e social da prestação de serviços, nomeadamente através do confronto com outros contextos de acolhimento de crianças do mesmo grupo etário;
·      Promover uma inter-relação entre as Amas e os Pais numa perspectiva de continuidade relacional.
10. INTERVENÇÃO PRECOCE

As práticas de Intervenção Precoce enquadram-se, actualmente, num modelo conceptual que olha a intervenção num espaço social complexo, composto por vários componentes ou “áreas sociais” que se inter-relacionam e se assumem interdependentes .
Um tal modelo pretende equacionar o contexto em que a criança se insere, como factor determinante no desenvolvimento da mesma. Um desenvolvimento que começa a ser encarado não como uma sobreposição de etapas, mas sim como um processo contínuo e interdependente de múltiplos factores que se interpenetram, influenciando-se mutuamente. Nesta perspectiva a especificidade dos recursos que são afectos a cada criança/família concretas, serão realmente efectivos se tiverem em conta esta perspectiva que hoje se define como ecológica. Esta totalidade, em Intervenção Precoce, pode ser vista enquanto base de um princípio colaborativo entre serviços e entre estes e as famílias, no pressuposto de promover o seu bem-estar, assim como o das crianças, cujo desenvolvimento harmonioso esteja em risco.
Deste modo a intervenção precoce deve ser encarada, actualmente, como um conjunto de práticas em rede que equacionam respostas para determinada criança enquanto entidade social. Este paradigma de acção implica que a intervenção precoce seja, cada vez mais, equacionada numa triangulação que interpela a família, os recursos da comunidade e as equipas interdisciplinares.
Entendemos que, em toda a actividade educativa em geral e no âmbito da Intervenção Precoce em particular, quando não existe comunicação efectiva e um trabalho cooperativo entre os diversos profissionais, o alcance das medidas projectadas resulta muito limitado. Sem um compromisso entre cada um dos profissionais e entre estes e a família os serviços tendem, muitas vezes, a agir de modo fragmentado e inconsciente. A importância da reflexão participada entre todos os agentes do processo, que tem em conta os diferentes contextos onde o processo educativo se desenvolve, com especial incidência na vida que se desenvolve entre o Jardim de Infância e/ou a instituição e o lar, assume então uma importância determinante.
É neste sentido que, no desenvolvimento da nossa acção; procuramos:

  • Desenvolver um trabalho de apoio educativo e adaptação às necessidades da criança no seu grupo e comunidade educativa;
  • Apoiar e orientar os pais, no sentido de um melhor conhecimento das necessidades e potencialidades do seu filho, contribuindo para uma  melhor  relação “família-criança”, de forma mais interventiva no desenvolvimento da criança;
  • Ampliar as abordagens de intervenção, recorrendo a outros técnicos e serviços se e quando necessário;
  • Contribuir para a auto-estima das famílias, possibilitando a generalização da Intervenção educativa e encaminhando na resolução e de outras eventuais dificuldades.

11. Avaliação do Projecto e Parcerias

A avaliação de todo o processo será continua, periódica e final. Todas as salas elaboram os respectivos projectos curriculares de sala onde estão programadas as actividades e os objectivos específicos correspondentes a cada grupo.
A respectiva avaliação far-se-á através de:
  • Análise de relatórios específicos;
  • Análise de registos que os profissionais vão fazendo das suas práticas;
  • De reuniões de equipa, de Pais e com a Associação de Pais;
  • Reuniões com os organismos com quem estabelecemos parcerias e que apoiarão algumas actividades nomeadamente; Unidade de Saúde Escolar de St. Tirso, Clube da Protecção Civil da Câmara Municipal, Foco Musical, Professores de Inglês, de Educação Física, Ginásio Clube da St. Tirso, Unidade da Intervenção Precoce do Agrupamento Escolas de St. Tirso e Técnicos da Reabilitação da Cruz vermelha.

Projecto Pedagógico (Anexo)